Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Ana Miguel

Rio de Janeiro, RJ — 1962

Volume, fábula, maciez e interpelação são constantes no trabalho de Ana Miguel. Formada em gravura, a artista desenvolveu um repositório vivo de objetos-poema que se chocam através da dialética interna dos materiais e das formas que guiam cada trabalho. Ora tecidos, ora alfinetes, seu trabalho conjuga o universo do ser, do sentir e do sonhar como uma infinita série de séries que se expandem por via de cada trabalho; como se todos fossem parte de uma única trama. Há algo de feminino e infantil na sua obra, mas ela certamente transborda esse limite para explorações mais íntimas e agressivas. A artista cria quimeras líricas que fundem os territórios das palavras e da literatura àqueles das materialidades marginais da arte; como o crochê. Existe um campo de probabilidades discrepantes que retira o observador de uma camada e o transporta para outras profundidades, assim como remetem as reflexões de Gaston Bachelard ao falar sobre a imensidão íntima como um estado de devaneio que o coloca “fora do mundo próximo” e diante de um espaço que o leva além. O além é parte da matéria que Ana Miguel explora, sejam elas segredos contados pro travesseiros ou labirintos de palavras.

Sobre

Biografia

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Ana Miguel

Rio de Janeiro, 1962

Vive e trabalha no Rio de Janeiro

As relações humanas, a literatura, as palavras, os deslizamentos dos sentidos e a experiência do tempo e dos afetos constituem a matéria do trabalho de Ana Miguel.

É artista, gravadora e a partir dos anos 80 começa a fazer trabalhos tridimensionais e instalações. Nos anos 90 viveu em Barcelona, e recebeu bolsa da Fundació Pilar i Joan Miró. Integra exposições coletivas no Brasil e no exterior, como a 25ª Bienal de São Paulo, II Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Theatre of Installation no M.O.I. em Londres, A/MAZE, La Tréfilerie, em Bruxelas, participando de mostras em variados museus e centros culturais, tais como MAM-RJ, MAR, Pinacoteca de SP, CCBB. Já realizou mais de vinte exposições individuais, dentre elas Sonho escrito na tinta de Brasil, no CCBNB em 2012, Um tesouro no cofre, na Casa França-Brasil em 2011, Fechar os olhos para ver, na Galeria Laura Marsiaj em 2010, livro=sonho, na Galeria Anna Maria Niemeyer em 2006 e Je tʼadore, no Espace Galerie Flux, Liège, Bélgica, em 2005. Seu trabalho recebeu prêmios em diferentes países, tal como o Interferências Urbanas no Rio em 2008 e o Prêmio Internacional da II Bienal ArteBA de Gravura do Mercosul em 2000. Obras suas integram coleções públicas e privadas, entre elas Museu de Arte Moderna do Rio, Itaú Cultural, Museu de Arte do Rio - MAR, Museu de Arte de Brasília, Museu de Arte Moderna da Bahia. Integra o coletivo Tupinambá Lambido. Entre 2016 e 2017 participou do Ateliê Coletivo, oferecendo oficinas de serigrafia popular em escolas ocupadas, manifestações e espaços de resistência da cidade. Entre 2016 e 2020, com Brígida Baltar, Marcelo Campos e Clarissa Diniz, conduziu o curso Conversas de Arte na EAV – Parque Lage, Rio de Janeiro.

www.anamiguel.com e https://issuu.com/ana.miguel

Biografia

Textos

Marcas de Fogo: histórias do Brasil na arte feminista contemporânea

Luana Saturnino Tvardovskas

As Flores Também Ficam Instáveis e Podem Ferir

Fernando Cocchiarale, 2001

Ver é Ouvir

Paulo Herkenhoff, 2008

Sem Título

Marcelo Campos, 2012

Jornal Avui

Assumpta Rosés, 1994, Barcelona

É o rosa a cor dos doces sonhos?

Amparo Lozano, 1994