Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Anna Bella Geiger

Rio de Janeiro, RJ — 1933

Professora e uma das artistas intermídia brasileiras mais célebres e profícuas da segunda metade do século XX e do início do século XXI, possui uma produção que está na fronteira entre múltiplas linguagens, materiais, suportes e técnicas. Suas primeiras incursões artísticas iniciaram-se no pós-guerra com o abstracionismo, transitando na década seguinte e aproximando-se da nova figuração brasileira com a sua fase visceral; epíteto concedido pelo crítico Mário Pedrosa. Não raro, posteriormente tornou-se uma das pioneiras da vídeo-arte no Brasil fazendo parte também da primeira geração de artistas conceituais latino-americanos nos anos 70. Inquietudes, interrogações e questionamentos são um eixo da sua obra. A produção de Geiger no decorrer das décadas acentua o carácter expandido do seu corpo poético, que, embora limítrofe e variado, atua como uma grande série acumulativa onde o subjetivo, o lugar geográfico, o formal, o corporal e o sócio-político encontram-se em um movimento único, como um fio condutor inequívoco aos atentos, o qual o crítico de arte e professor Fernando Cocchiarale designou como o sentido constelar da sua obra. A permeabilidade cartográfica e a ruptura com sistemas simbólicos-culturais, assim como a críticas disruptivas perante o ambiente ideológico pós-AI5 – o qual circundava e limitava toda a geração de artistas brasileiros do período – são constantes convergências que consolidaram a colonialidade, a ironia e a ficção como pontos de reflexão e memória para materialização de uma antropologia do imaginário na sua obra.

Sobre

Biografia

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Anna Bella Geiger

Rio de Janeiro, 1933

Vive e trabalha no Rio de Janeiro

Nasceu no Rio de Janeiro em 1933. Graduada em Línguas Anglo-Germânicas na Faculdade Nacional de Filosofia (UFRJ). Ainda nos anos 50 estudou com Fayga Ostrower no Rio de Janeiro e com Hanna Levy Deinhardt Arte e Sociologia na New York University e na New School for Social Research. Participou da 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata em 1952 no Rio de Janeiro. Em 1962 ganha, com sua obra abstrata, o Primér Premio Casa de las Americas, Havana, Cuba. Tem exposto regularmente desde então, em exposições individuais e coletivas no Brasil e no Exterior, como em várias Bienais Internacionais de São Paulo, Veneza, Bienalle du Jeune (Paris, 1967), 11th International Biennial Exhibition of Prints in Tokyo (1979), II Bienal de Liverpool, 5 éme Biennale Internationale de Photographie, (Liège, 2000), Bienal do Mercosul, Trienal Poligráfica de San Juan e na 16ª Bienal de Istambul (2019). Algumas coletivas como: Another Energy: Power to Continue Challenging – 16 Women Artists from around the World, Mori Art Museum, Tóquio (2021), This Must Be The Place, American Society (2021-2022), Capital debt territory utopia – National Galerie, Hamburger Banhof – Museum fur Gegenwart, Berlim (2016), Arte vida – Arte Política, MAM e Casa França-Brasil (Rio de Janeiro, 2014), América Latina 1960-2013, Fondation Cartier d’Art Contemporaine (Paris, 2013), La Idea de America Latina, CAAC (Sevilha, 2012), Vídeo Vintáge, Centre Pompidou (2012), Europália – A RUA - MUHKA (Antuérpia, 2011), COMO NOS MIRAM, CGAC (2011), Geopoéticas – 8ª Bienal do Mercosul (2011), Elles@Pompidou (Paris, 2009), Cartografias del deseo, Centro de Arte Reina Sofia (2000), The Third Eye – Performance, People and Place, Art in General, NY (1999), Kunstarsboeken, Stedelijk Museum, Amsterdam (1980), artista homenageada na mostra do Prêmio Marcoantonio Vilaça, FAAP SP (2019). Algumas exposições individuais: Brasil nativo/Brasil alienígena, SMAK, Bélgica (2021), MASP e SESC Av Paulista (2019); Maps under the sky of Rio de Janeiro, Zacheta National Gallery of Art, Varsóvia (2018); Ultra Licitum, Galeria Laura Marsiaj, RJ (2005), PROJECTIONS XXI, MoMA NY (1978). Seus trabalhos integram coleções como a do MoMA (Nova York), do Centre Georges Pompidou (Paris), MUHKA (Antuérpia), Guggenheim Museum (NY), Tate Modern e Victoria and Albert Museum (Londres), Getty Institute (Los Angeles), The FOGG Collection (Boston), Hank Hine – TAMPA Museum, Flórida entre outras. Publicou, com Fernando Cocchiarale, o livro Abstracionismo geométrico e informal (Funarte, 1987). Ensina no Higher Institute for Fine Arts (HISK), Ghent, Antuérpia e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Rio de Janeiro, SESC São Paulo.

Biografia

Textos

Anna Bella Geiger: Outras Anotações para o Mapeamento da Obra

Tadeu Chiarelli

Entrevista Anna Bella Geiger 2014/2015 acerca de sua fase visceral (1965-1969)

Istefania Marcarini Rubino

As “Situações” Gráficas de Anna Bella Geiger e o Livre Jogo das Transfigurações

Luiz Cláudio Costa

Vídeo-instalação CIRCA, 2006 - Flyer Fundação Eva Klabin, RJ