Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Jarbas Lopes

Rio de Janeiro, RJ — 1964

Não se trata de um artista conformado apenas com o desenvolvimento de sua carreira artística e dos êxitos obtidos através do manejo inteligente das diversas linguagens com as quais trabalha. Jarbas Lopes vai além, ao trazer para o jogo entre artista e o mundo que o cerca, componentes relacionais entre corpos que se fusionam continuamente através de uma dialética afeta ao processo de transformação da realidade. Neste sentido, o artista implica-se por inteiro nas ações por ele desenvolvidas, buscando quebrar a barreira entre autor e espectador. Ao suprimir a linha divisória entre ação e absorção, configura uma constelação rizomática calcada na multiplicidade de protagonismos, alçando a experiência artística ao plano do cotidiano. A arte não existe para servir as cartografias engessadas do cubo branco.Em recente participação na quarta edição do Anozero 21-22, Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, curada pela portuguesa Filipa Oliveira e da francesa Elfie Turpin, com realização de Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC),o artista, além das obras apresentadas no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, chegou na cidade 30 dias antes para desenvolver uma série de atividades com a comunidade: estabeleceu diálogos com agentes culturais, artistas em formação, oficinas para professores. Desenvolveu programas experimentais com diversos públicos, estabelecendo processos poéticos de mediação. Para Gianne Maria Montedônio Chagas Telles, Doutora em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “A obra de Jarbas revela um mundo cotidiano simples, percebido por um catador contemporâneo. Seu trabalho é orientado em direção ao valor do gesto arcaico e artesanal, como o de tecer e coser, uma ação simples, não espetacular, cotidiana. É uma maneira de recusar a competitividade e a eficácia de nossa sociedade, que provoca um estado de neurose. Assim, seu trabalho é composto por obras que estimulam o sensorial. Neste sentido, o corpo, para Jarbas, é o ponto central de sua criação. O artista salienta a importância do contato direto do corpo com a matéria no processo de criação, pois é impossível para Jarbas conceber a obra mentalmente de antemão. Logo, em toda sua obra, a interação com o corpo torna-se presente.

Sobre

Biografia

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Jarbas Lopes

Rio de Janeiro, 1964

Vive e trabalha no Rio de Janeiro

Jarbas Lopes movimenta ideias, ressignifica objetos, idealiza magias e amplia, a partir de suas obras, o conceito de utopias possíveis.

Seu processo criativo permeia uma reconfiguração dos objetos e das experiências estéticas, dando-lhes um novo significado e movimento, sempre permeados por um tom crítico. Suas esculturas e pinturas interativas fazem uma fusão equilibrada entre tempo, espaço e circunstâncias práticas e ideológicas como participação coletiva, sociabilidade para espaços públicos e usos compartilhados da cidade. O artista usa essa potência para trabalhar e esticar a plasticidade a tensões máximas, sua obra "Cicloviaérea" é um plano conceitual no qual o artista trabalha o imaginário e cria um meio de transporte que dispensa o combustível e usa bicicleta para ligar dois pontos através de um plano inclinado, símbolo escultórico-arquitetônico mesclado com a continuidade do que está ao seu redor, a paisagem. Para além dessa simbiose de pesos, volumes e equilíbrios conceituais, Jarbas cria ambientes que trazem histórias chaves para ampliar as arestas da arte, suas instalações com materiais do cotidianos como carros, bicicletas, tintas, elásticos, banners de campanhas eleitorais e faixas de divulgação de shows intercruzam a reificação das imagens. Fantasiar, fabricar e refazer o artesanal é em Jarbas uma base conceitual que desdobrase

em muitas dimensões. Sua obra carrega uma força pueril e abre convite à irrupções. Em 2020, realiza sua terceira exposição individual na A Gentil Carioca. Em 2019, participou das coletivas Samba in the Dark, na galeria Anton Kern, em NY, e Brasil! Foco na Arte Contemporânea Brasileira, no Museo Ettore Fico, em Turim, Itália. Suas obras estiveram presentes também na III Bienal de Gaia, em Vila de Gaia, Portugal. Em 2018, durante a exposição Via Aérea, realizou uma grande intervenção artística no pátio externo do Sesc Belenzinho, em SP. Em 2017, exibiu as individuais XXXY, na galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro e e a u, no CRAC Alsace, Altkirch, França. Em 2016, exibiu a individual SOLTO, no Sesc Nova Iguaçu, E de novo montanha, rio, mar, selva, floresta, no SESC Palladium, Rio de Janeiro e o Solo Presentation, da galeria A Gentil Carioca durante a feira Art Basel, na Suiça.

Biografia

Textos

Dôssier de Clippings

Jarbas Lopes

Eternidade do Efêmero

Gianne Maria Montedônio Chagastelles

Jarbas Lopes

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